Quem mandou lavar as mãos?
Aproveitando que esse tema, lavar as mãos, está em alta, e mostrando toda importância desse simples ato na preservação da vida, que tal saber quem foi o precursor dessa prática na medicina?
Por muitas vezes, só por algo ser simples, acreditamos que sempre foi daquele jeito, não existindo criação, e por consequência criador, para algo como lavar as mãos. Mas, existe sim, e como em qualquer processo criativo, quem descobriu que o ato de lavar as mãos era crucial para não contaminar as pessoas, sofreu ataques e muita perseguição por sua criação.
Vamos conhecer um pouco dessa história.
Em 1846, um grande número de mulheres e bebês perdiam a vida durante o parto na cidade de Viena. A causa dos óbitos era a febre puerperal, uma doença que faz inchar e depois mata as vítimas. O Hospital Geral de Viena tinha duas maternidades. Em uma delas os partos eram feitos por médicos; na outra, por parteiras. Advinha onde as mortes aconteciam?
Isso mesmo, só morriam as mulheres e bebês que faziam seus os partos pelas mãos dos médicos. Isso causava verdadeiro temor nas futuras mamães, que imploravam para serem levadas às parteiras, e não aos médicos. Um desses médicos, o Doutor Ignaz Semmelweis, começou a pesquisar o que poderia estar causando as mortes.
A resposta pode até parecer óbvia nos dias de hoje, mas para aquela época, era uma verdadeira quebra de paradigma. Os médicos precisavam lavar as mãos antes de fazer um parto, principalmente se em alguns momentos antes de entrarem na sala de parto, tivessem estudado os órgãos de um cadáver humano.
Pois é, o Hospital Geral de Viena era um hospital escola também, e os médicos mantinham a rotina de mexer em um cadáver e daqui a pouco fazer um parto, e jamais acreditaram que isso pudesse fazer mal a alguém.
Na época, o meio médico se orgulhava de vestir seus casacos ensanguentados no Hospital de Viena, e acreditavam fielmente que nada que estivesse em um corpo morto pudesse resistir com vida e contaminar um corpo vivo. Mas, Semmelweis fez um estudo com os médicos do Hospital, e ao conseguir que eles lavassem as mãos por um período, e as mortes despencaram de 18% para 6% das mulheres atendidas.
Bem, mesmo assim, isso não foi bem aceito na comunidade científica, pois faltava a comprovação. Doutor Semmelwes não viveu o bastante para testemunhar a comprovação científica de sua descoberta, e passou seus últimos anos longe da medicina em completo esquecimento.
O que podemos aprender com o Doutor Ignaz Semmelweis?
Essa história nos mostra que a inovação sempre encontra resistência por parte dos protetores do status quo. Se até mesmo algo que parece tão obvio, mas que naquela época não era praticado, sofreu tanta resistência, imagina aquela ideia que vem ao mundo e desfaz tudo o que acreditamos ser verdade nesse momento.
Hoje é comum as empresas se postarem como defensoras da criatividade, mas quantas delas estão preparadas para pessoas como Doutor Semmelweis? Alguém que chega questionando o jeito com as coisas são feitas, e até mesmo a qualidade ou veracidade dos resultados obtidos. Quantas equipes e líderes não ‘cortaram as asinhas’ de pessoas que assim agiram em algum momento?
O pior é que aprendemos a ser assim desde a escola, a maior parte dos professores prefere alunos que gabaritam nos testes, e que não questionam. Pois os questionadores atrapalham o andamento das aulas.
Recado para o mundo corporativo
Se você é líder, e quer obter resultados diferentes, é preciso cultivar o pensamento divergente em sua equipe. É importante manter pessoas que questionam o como as coisas estão sendo feitas. Colaboradores que expõem nossas fraquezas como equipe.
Se você é um colaborador que age desta maneira, é preciso não desistir no primeiro não, e buscar o aperfeiçoamento em suas fundamentações. Sei que a impaciência parece ser uma característica de pessoas assim, mas em muitos casos será preciso ir além de mostrar que sua ideia funciona, você terá que buscar aliados que possam lhe ajudar na tarefa de provar o motivo pelo qual sua ideia funciona.
Bem, a criatividade é uma virtude que está em todos nós. Basta darmos espaço para que ela possa surgir em nossa vida. Se temos uma ideia, devemos focar em sua comprovação, e não dar atenção para os críticos de plantão, principalmente para aquele que mais nos bloqueia: nossa voz interior.
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André L. G. Ferreira, Master Reiki, Coach certificado pela International Coaching Community, Administrador ,especialista em Qualidade e Instrutor em Mindfulness.
https://www.greenintegral.com.br
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