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Vamos falar de fracasso
por André Ferreira
Sou um verdadeiro colecionador de fracassos. São inúmeros os fracassos na minha infância, desde meus tombos na árdua jornada do aprender a andar, até os constrangedores motivos de risada que foram minhas tentativas de pronúncia das minhas primeiras palavras. Depois vieram os fracassos nas provas escolares, tentativas de namoro, e aí segue. Na vida adulta passei por relacionamentos fracassados, investimentos que não foram nada bons, e não poderia deixar de citar meus inesquecíveis fracassos em processos de seleção visando uma promoção de carreira.
 

E você, vai me dizer que tirou tudo isso de primeira?

 

Claro que não estou escrevendo um texto depressivo onde vou lamentar cada uma dessas histórias de fracasso, melhor não reviver essas histórias que me trouxeram vários momentos de tristeza e muita raiva. Minha intenção ao trazer o tema do fracasso em um artigo, é buscar uma reflexão sobre outra dimensão presente no aprendizado que só o fracasso, e toda sua dor, pode gerar como desenvolvimento em nossa consciência.

 

Frequentemente vejo histórias lindas de inventores ou cientistas famosos que fracassaram inúmeras vezes antes de chegarem ao resultado exitoso de suas maravilhosas invenções. São incalculáveis os filmes que nos mostram o caminho árduo e cheio de fracassos que foi a vida de grandes empreendedores, mas um dia todos eles chegaram ao tão sonhado primeiro milhão de dólares. Bem, não quero tomar seu tempo com mais histórias como essas, prefiro fazer um convite para que você possa refletir sobre suas histórias de fracasso, e como aprendeu com elas, sem aqui ficar citando aqueles que fazem parte dos 1 ou 2 por cento de pessoas que chegaram lá no topo das galáxias em suas carreiras, e que realmente se tornaram referências globais naquilo que fazem. Vamos com seguir com os pés no chão, certo?

 

Em meu entendimento o trabalho de análise e compreensão que acontece nos pós fracasso se divide em 3 dimensões, sendo que as duas primeiras dimensões são avaliadas com mais frequência, e a terceira dificilmente é alvo de alguma avaliação com a profundidade adequada. Vamos ver as dimensões:

 

Dimensão 1: As condições em que ocorreram o meu fracasso (leitura de contexto)

Quanto maior for o grau de complexidade da atividade em que o fracasso ocorreu, maior também será a influência de fatores externos em sua realização, e performance. Fatores econômicos, políticos, ambientais e aspectos culturais, quando sofrem alguma alteração fora de sua denominada “normalidade”, podem causar estragos grandiosos em nossos projetos. Sabe aquela sensação de que você fez tudo certo, mas o momento não ajudou? Então, é disso que estou falando. O fator incerteza sempre vai existir, e é ele a única certeza que podemos ter antes de começar a planejar e realizar qualquer coisa em nossa vida.

 

Imagine você planejando a abertura de uma importadora de produtos fabricados na Rússia. Você pensou em tudo. Era uma oportunidade de ouro. Mas aí veio a guerra da Ucrânia e todos os embargos econômicos e comerciais sobre a Rússia. O seu negócio fracassou, e sua influência nos fatores que causaram esse fracasso era mínima.

 

Dimensão 2: As decisões que levaram ao fracasso (meu check- list de início de voo)

Como faço a avaliação de riscos em meus projetos e atividades? Estou preparado para fazer isso sozinho ou preciso de ajuda de alguém?

 

Aqui quero destacar que para tudo que você for fazer na vida é preciso ter uma avaliação de riscos, e para cada risco identificado como preocupante é preciso estabelecer um plano de precaução.

Três fatores nos auxiliam nesta avaliação:

 

1 - Como vou saber que algo não está dando certo dentro de meu projeto?

 

Muito importante definir os indicadores de sucesso para seu projeto, e isso precisa acontecer em todas as fases, desde o planejamento. Vou dar um exemplo pouco comum em textos como este, pois seria mais fácil utilizar exemplos profissionais, mas vou utilizar o fracasso em relacionamentos que é muito comum por não se estabelecer e monitorar indicadores. Relacionamentos abusivos começam a dar sinais antes de chegarem ao seu extremo.

Alguns indicadores importantes são:

 

Quanto estou ficando dependente financeiramente da meu ou minha parceira?

 

Estou mudando meus hábitos de vestir, locais que frequento, amizades que cultivo, só para não magoar a pessoa com quem me relaciono?

 

As coisas começam com sutileza, e é por isso que se torna importante reconhecer e monitorar os pontos chave daquilo que se deseja evitar.

 

2 - Tempo de reação

 

Qual é momento adequado para que esses indicadores me mostrem se estou ou não no caminho certo?

Usando o mesmo exemplo do relacionamento abusivo, é diferente se a pessoa percebe algo de errado antes ou depois de assinar a papelada no cartório, e tudo pode ser muito pior se desse relacionamento já surgiram filhos. Portanto, para que se tenha margem de manobra, é preciso testar, testar e testar o projeto.

 

Em nosso exemplo, é preciso criar espaços para que situações, que possam disparar ou não os indicadores, venham a acontecer. Aquelas conversas difíceis, como por exemplo, como o casal vai gerenciar suas carreiras quando os filhos vierem, pode ser um teste de fogo para revelar sinais de que há um abusador na relação.

 

3 - Fator segurança

Esse é fator que requer mais ação, e por isso precisa ser avaliado antes de qualquer projeto. A pergunta é:

Se algo indicar o fracasso no projeto, qual os efeitos desse fracasso em sua vida?

 

Uma vez que você desenhou seus indicadores, e mensurou o tempo adequado de validação para cada um deles, chegou a hora mensurar o que acontece com você quando algo deu errado. Como fica sua vida financeira? Você vai ter onde morar? Vai precisar procurar outro emprego?

 

Sim, fator segurança é onde você vai conseguir estabelecer o que é prioritário e precisa de mais cuidado. Sabe aquela história de que é chato conversar sobre patrimônio ou regime legal do casamento, no nosso exemplo de relacionamento abusivo, um bom acordo pode trazer muito mais segurança para ambos.

 

 

Dimensão 3: O aprendizado de “quem sou eu” no fracasso (o olhar para dentro)

 

Essa é a dimensão que pouco utiliza como fonte de aprendizado, e é justamente nela que se encontra o maior tesouro de evolução consciente. O que você sente, pensa e reprime ao fracassar?

 

Todos nós passamos por todos os estágios da perda, frente a um fracasso: primeiro negando o fracasso, depois sentindo raiva de tudo e de todos, avançamos para um período em que buscamos barganhar com a situação e por vezes isso nos gera uma falsa esperança, e ao vermos que o fracasso continua lá, sendo um fracasso, acabamos por cair em depressão, e por meio da capacidade de resiliência de cada um de nós, chegamos ao estágio de aceitação onde a realidade volta a acontecer.

 

Percebam que todos esses estágios são vividos intensamente em nosso mundinho interno, o que colocamos para fora nada mais é do que o mais puro efeito dessa turbulência interna.

 

Mas, como aproveitar essa turbulência para evoluir em consciência?

 

A resposta é o autoconhecimento!

 

Aqui na Green nós utilizamos a ferramenta Jornada do Autoconhecimento, um instrumento que mostra 4 dimensões que traduzem de forma clara aquilo que considero a essência para o desenvolvimento pessoal. Deixa eu te contar um pouco sobre o que essa ferramenta pode entregar :

 

Você é capaz de reconhecer como seu tipo de personalidade influencia em suas decisões?

Com a tipologia Junguiana, que lhe oferece uma oportunidade para avaliar o como suas preferências podem ter afetado em suas escolhas e condução do projeto. Fatores como a sua preferência de onde você se energiza (extroversão ou introversão), como toma suas decisões (concretude ou intuição), seu estilo de julgamento (sentimento ou razão) e por fim sua preferência de estilo de vida (estruturado ou espontâneo), certamente influenciaram, e muito, para as coisas terem chegado aonde chegaram.

 

Você conhece suas forças caráter?

Todos nós temos, em diferentes intensidades, 24 forças e dentre elas temos 5 que são o nosso diferencial, nossas forças de assinatura. O mais importante ao reconhecê-las é saber onde são os seus pontos fortes, e onde ainda é preciso certo trabalho de desenvolvimento. Ao se observar em cenário de fracasso, você poderá, caso conheça suas forças de caráter, iniciar um trabalho de aperfeiçoamento, e evitar que em projetos futuros você não utilize o seu melhor em seu projeto.

 

Já sabe quais são suas inteligências mais desenvolvidas?

Na Jornada do Autoconhecimento você reconhece seu grau de desenvolvimento em cada uma das 9 inteligências múltiplas – Lógico Matemática, Interpessoal, Intrapessoal, Musical, Corporal Cinestésica, Espacial, Naturalista, Existencial e Linguística – Será que estou apostando minhas fichas em um campo de atuação onde minhas inteligências são desenvolvidas? Certamente essa informação é importante no seu aprendizado.

 

Em que estrutura de valores você está operando nesta fase de sua vida?

A Dinâmica da Espiral, dentro da Jornada do Autoconhecimento, nos serve como orientadora para as estruturas de consciência em que você opera em seu agir, sentir e pensar. Em suas 7 estruturas de valores, mostra o como você está enxergando e interpretando o mundo a sua volta, e sua evolução consciente está fortemente correlacionada a sua percepção de cada estrutura atuando em sua vida.

 

O cruzamento de todas essas informações que o relatório da Jornada do Autoconhecimento fornece, produzem um mapa robusto para nortear não só suas decisões de vida, mas principalmente como um mapa de evolução e aperfeiçoamento consciente.

Se você chegou até aqui nesse artigo, deduzo que tem interesse em tirar proveito de suas histórias nem tão boas, ou seja, aprender com seus fracassos e apostar em seu desenvolvimento, então aproveite e venha fazer a sua Jornada do Autoconhecimento, e receber sua devolutiva com a construção de seu plano de desenvolvimento. Caso queira mais informações, é só entrar em contato comigo e te posso te dar mais detalhes. O que acha?

 

Bem, espero que tenha sido proveitoso o tema que trouxe para reflexão nesse texto. O fracasso é um companheiro em nossas vidas, o bom é que nem todos deixam grandes marcas em nossa vida, mas com certeza todos eles podem nos trazer valiosos aprendizados.

 

Até a próxima !

 

 

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André Ferreira 

 

é Consultor , Coach certificado pela International Coaching Community, Administrador ,especialista em CNV (Comunicação Não Violenta) , Instrutor em Mindfulness. Mediador Judicial e autor do livro Grandes Debates.
https://www.greenintegral.com.br
andre.ferreira@greendh.com.br